terça-feira, 14 de julho de 2009

ONTEM, HOJE, AMANHÃ TALVEZ...




Tenho bons motivos para falar sobre a amizade. Amizade que completa a vida de cada um com sentimentos bons, pensamentos positivos, mãos amigas, abraços apertados e palavras doces... Dias atrás, mexendo nuns papeis, encontrei algumas redações da época do colégio. Fazer redação nessa época era colocar no papel as férias no meio do ano, falar dos pais e dos amigos. E eu peguei justamente aquela que falava sobre os amigos. Relendo aquele texto que escrevi no auge dos meus 14 anos, citei Vinícius de Moraes e o poema "Amigo" que diz num trecho:

(...) E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar.Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! (...)

Depois que citei Vinícius, questionei a última linha do poema que fala que não fazemos amigos, os reconhecemos. Na minha opinião "modesta", fazemos uma amizade. E fazemos todos os dias... Não no sentido l i t e r a l da palavra, mas no sentido de construir, levantar, alimentar, cultivar, cuidar, etc... Fazer valer a pena aquela amizade.

É muito fácil dizer "amigo se reconhece". Na verdade quem tem que reconhecer são os outros, se somos ou não somos amigos. O nosso papel é FAZER, e eu sempre fiz... Com todo meu coração, sempre fiz tudo e muito mais que estava ao meu alcance pra ver um amigo feliz. Pra não vê-lo desistir dos seus sonhos, pra estar com ele sem mesmo que ele pedisse por mim, enfim... eu sempre fiz aquilo que meu coração pediu.

Se amigo X ou Y me reconheceu ou não, daí não é um problema meu. A minha consciência sempre esteve, e está tranquila. Ontem, hoje, amanhã talvez... se estiver aqui ainda, rs! Talvez seja mais feliz ao lado deles, talvez sofra mais ou menos... o certo é que a dor um dia vai parar de doer. Já que o pra sempre sempre acaba, a dor um dia também há de parar.

O mais importante de tudo é saber que os amigos que se tem, são amigos que completam todos os espaços do seu coração e cada um, por ser diferente, completa a sua maneira. Tenho amigas, loiras, altas, morenas, baixas, ruivas, malucas, gordas, magras, coloridas, excêntricas, enfim... tenho amigas e amigos de todos os gostos, tipos e sabores, e os amo incondionalmente. E isso não muda. Amo até aqueles que se foram por suas razões, por seus devaneios, por boa ou má vontade. Uma coisa é certa. Amor de amigo é o amor que carregamos no coração pra toda vida. E esse sentimento nunca morre, como diria Mário Quintana.


Encontrei essa redação numa boa hora. Só reforcei em mim aquilo que por um segundo cheguei a duvidar que tinha, que é RESPEITO pelos meus sentimentos. Coisa que talvez outras pessoas não tenham, mas que eu não posso nunca deixar de ter por mim mesma.




Beijos

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