segunda-feira, 15 de junho de 2009

A DOR




Sabe quando você tem certeza de que seu sentimento é verdadeiro mesmo? Quando você vê a pessoa que você ama em perigo. Só quando você está vivendo um momento de dificuldade, você tem dimensão do quanto à outra pessoa é importante pra você. Aquele jargão que diz que só aprendemos pela dor, é a mais pura verdade. Digo por experiência própria, pois vivi isso tempos atrás com minha mãe, quando ela enfartou em casa e o meu medo e desespero em socorre-la o mais rápido possível, e só foi possível, porque o Alexandre estava por perto e depois quando ela sofreu a cirurgia no coração, e eu desci com ela para o centro cirúrgico do Incor, dei um beijo em sua testa e a entreguei nas mãos de Deus e de um dos maiores cirurgiões brasileiros na área Dr. Prof. Luiz Baro Puig. Ali o medo mais medonho de todos o que eu já tinha sentido, até então, correu por cada parte do meu corpo, por cada milímetro da minha existência. Nessas horas apesar de todo esforço para manter a cabeça fria e o pensamento positivo, só pensamos besteira. Pensei e pensei em quantas vezes briguei com minha mãe, o quanto eu poderia ter sido mais filha, mais amiga, mais tudo que eu tinha sido até então. Porque eu não dei mais um abraço, mais um beijo nela antes dela entrar no centro cirúrgico, ou então, porque é que eu a deixei entrar lá, sabendo de todos os riscos que ela corria, enfim... No final e graças ao bom Deus, tudo deu certo... mais que certo, certíssimo.


No caso do meu pai também, onde mais uma vez o Alexandre esteve pronto e presente como sempre e me ajudou muito e principalmente meu pai, que não tinha mais condições de dirigir, mas o final, todos sabem, foi diferente. Apesar de todo meu desespero etc e tal, o mesmo medo provei da maneira mais dura. Meu pai foi embora. E o meu amor por ele era (é) imenso. Maior até que a dor que eu senti (e ainda sinto), por ter perdido aquele que sempre fez de um tudo por mim. E por ele eu fiz tudo que eu pude, mas poderia ter feito mais... muito mais. E pra ele eu disse o que meu coração pedia, disse que o amava muito e ele ouviu, ele apertou minha mão, e uma lágrima escorreu dos seus olhos. E assim também foi com a minha avó... E a dor engrandece a gente. A dor nos faz mais humanos, mais verdadeiros do que acreditamos ser.


No final de Março, começo de Abril, a Anna Luiza teve uma crise de dor de ouvido, parecia ser otite. Ela chorava, chorava, chorava... Chegou a chorar das 22:50 (a dor por incrível que pareça, começava nesse horário) até as 2 da manhã... Mais uma vez o Alexandre socorreu, ficamos com ela no hospital até que todos os exames fossem realizados, pra sabermos mesmo qual era o problema. E como dói quando um filho chora. Que vontade de colocar minha mão assim por dentro e arrancar essa dor. Que agonia e como é ruim se sentir tão incapaz nesse momento, em não poder fazer nada para amenizar a dor. Meu desespero foi tão grande que eu comecei a sentir dor no ouvido também. Acho que sintomatizei a dor da minha filha e acabei como ela, com fortes dores... Mas mais uma vez, Graças a Deus, e aos médicos e ao excelente hospital, minha filha foi bem atendida e nunca mais teve nenhuma crise.


E nesse último final de semana, quem ficou mal, foi aquele que sempre esteve presente, o Alexandre... Desde janeiro ele vem reclamando de fortes dores nas costas. Já foi no especialista, fez fisioterapia, RPG, Acupuntura, e tudo recomendaram, e nada de melhorar.

Ontem ele teve uma crise feia. A dor foi tamanha que ele gritava e chorava. Não conseguia se mexer, travou de tal forma que foi difícil erguer aquele homem de 1,80 e com 100 quilos...

Ele que sempre me ajudou, agora estava ali, parado inerte. Que desespero já me imaginei passando as piores coisas desse mundo. E a pergunta que não queria calar. O quê é que eu faço da minha vida sem ele? Em 4 segundos passaram na minha cabeça 4 anos de união, de companheirismo, de amizade, de amor, de cumplicidade, de respeito, de tudo que vivemos até então. Mais uma vez o medo me sufocou e eu só sabia dizer a ele para não me deixar. E numa loucura, conseguimos leva-lo ao hospital (o mesmo da Annalu) onde ele ficou por um tempo fazendo exames etc, e com a mediação foi recuperando os movimentos. Como Deus é bom pra mim. Graças, e muitas graças a Ele, e aos médicos, o Ale está bem agora.

Passamos um final de semana/feriado tão bom, e bem no último dia acontece uma coisa dessas, é de torturar qualquer um. Não quero nunca mais passar por isso, ter que provar esse tipo de sentimento, pânico, dor, medo, aflição, nada disso...

Com outra dessas, meu coração não agüenta não!

Um comentário:

Dehli disse...

Flor, se precisar de algo, conte comigo, viu? Estou aqui!