terça-feira, 2 de junho de 2009

DESABAFO!






Amigo de verdade, quando são perdidos é como perder alguém da familia ou mais. Você sente um vazio em cada coisa que faz... Sente a falta de um complemento em tudo. Não importa a maneira que perde ou o por que... O que importa e o que machuca é que nunca mais iremos rever. Você sente falta de uma palavra, de um abraço ou apenas de um sorriso. Você mantém a fé que algum dia estarão juntos de novo... Não importando o lugar, nem a ocasião. Só se importando em não deixar passar um momento, em não ter que ouvir um adeus novamente. O mundo esta cheio de verdades sobre a amizade. Cada um tem a sua verdade sobre ela. Cada um dar um valor diferente para ela. E mesmo que digam que não dão importância a ela,quando perdem,sentem falta. Amizade é uma coisa simples,você pode tê-la por um momento,no outro já não pode ter mais. Então valorize os amigos. Eles são uma dádiva em sua vida, são anjos que cuidam de você.


(Kesser)


Bem, começo esse post com um texto do Kesser, um garoto de 14 anos com conteúdo, o que é difícil hoje em dia. E por que começo com esse texto? Pra desabafar o fim de uma amizade que começou exatamente quando eu tinha a idade do Kesser, 14/15 anos.


No começo tínhamos uma afinidade única. Gostávamos das mesmas coisas, pensávamos igual e estávamos sempre prontas pro que der e vier. Nos apoiávamos, nos respeitávamos e a vida fluía bem. Fomos apresentadas por uma amiga em comum e acabamos nos transformando nas Melhores Amigas do Mundo. E como tal, planejamos várias viagens, prometemos mundos e fundos, como por exemplo, ser madrinha de casamento, de batismo dos filhos... pensamos até em morar juntas, rs!


Com o passar do tempo a convivência diária foi encerrada. Nos afastamos por conta do trabalho, faculdade etc... Mas no coração e no pensamento, estávamos sempre juntas. Afinal de contas é normal e natural que a vida tome seu rumo e cada uma correu pra um lado diferente, em busca da felicidade.



Outras pessoas surgiram em nossas vidas, outras amizades, mas nada mudou em relação a nossa velha amizade. Dividiamos todos os momentos. Tristes e alegres... Ela esteve ao meu lado, quando minha avó se foi e eu vice-versa. Também estive com ela quando seu primo partiu, e ela ao meu lado quando meu pai faleceu uma semana depois do seu casamento. Pois é... Ela casou primeiro, teve filho primeiro, e tudo ía muito bem... Eu engravidei de surpreza, recebi o mesmo carinho que dediquei a ela durante a gestação de seu filho, logo seríamos comadres, rs!!!



Assim foi por 15 anos... Assim foi até que no começo desse ano eu me surpreendi com um telefonema. Minha amiga vivia um dilema, pois a irmã também queria ser madrinha do filho dela. Então ela estava pensando em chamar as duas para serem madrinhas do garoto o que foge dos costumes da igreja católica. Nesse mesmo dia, disse que para não causar problema na familia, que ela levasse apenas a irmã, e tudo bem... Mas ela disse que não! Que desde o começo, sua irmã já sabia que eu seria a madrinha do menino, porém, mesmo assim, uma dúvida pairou no ar e as coisas nunca mais foram as mesmas.


Alguns dias se passaram e eu fiquei remoendo aquilo... Meu coração nunca mais ficou em paz, eu sei que ela não desfez o convite, mas não seria a mesma coisa duas madrinhas para uma única criança. Sem contar que me senti em desvantagem, afinal eu era apenas a amiga que aparecia de vez em quando, e a tia pelo contrário, morava e mora na mesma casa praticamente. Ela teria contato diário com o menino, - como tem - e eu seria a "madrinha" de vez em quando. Meu egoísmo exaltado e o medo de ser posta de lado pelo garoto me fizeram tomar uma decisão.



Dia 30 de Março nos falamos por telefone pela última vez. Foi nesse dia que expliquei meus motivos e disse que se fosse pra ser "daquele" jeito, eu não seria madrinha do garoto. Falei o que pensava, e pedi a ela para que não ficasse com raiva de mim. Eu continuava ali, da mesma forma, sem maiores "neuras" e é claro, carinho e afeto por todos intactos. No telefone ela apenas disse que ficaria triste, mas passaria... porém...


A verdadeira resposta veio depois de um longo silêncio... Seguido por um e-mail que até agradecia no final, minha sinceridade em dizer o que eu pensava, mas já adiantava que se retirava do convite para ser amdsrinha da minha filha, pois pra ela, não fazia mais sentido. Depois, outras datas comemorativas chegaram como meu aniversário, que passou em branco, e na sequência, o aniversário dela também.



Minha licença maternidade acabou, e chegava a hora de voltar ao trabalho. Limpando a caixa de e-mails, e encaminhando e-mails para todos meus "amigos" que estão na lista de endereços, recebi uma resposta bem dura da minha"velha amiga" para excluir os endereços de e-mail dela, não mandar mais nada pois eu NÃO FAZIA MAIS PARTE DO CICLO DE AMIZADES DELA.

Pra resumir, brigamos, falamos várias coisas que estavam atravessadas e ela deixoubem claro, que o filho dela jamais saberia da minha existência, pois apartir daquele momento, eu mesma, não era mais nada pra ela.

Chegava ao fim uma amizade de 15 anos, e de tantas histórias bonitas. Chegava ao fim da maneira mais triste, com acusações, ofensas e tudo que se tem direito.

Deixei bem claro que as portas da minha vida NUNCA se fechariam para ela, que por sua vez, fechou não só as portas mas também, as janelas. Pediu para que eu excluísse as fotos do menino que estão no meu álbum do orkut, pois ele não era nada meu, etc e tal... Me questionou o fato de eu ter batizado minha filha e não ter tido consideração por ela. Mas veja bem, ela e o marido seriam os padrinhos da minha filha desde sempre. Eu não mudei os planos por que quis. Mudei por que ela não quis mais ser madrinha da minha filha, pois pra ela aquilo não fazia sentido, já que eu me recusei ser madrinha do filho dela. Lembrando que eu não me recusei, apenas disse que se fosse pra ser madrinha dele, junto com a irmã dela, eu não seria. Seria se fosse apenas eu, enfim...

Resumindo, às vezes é preferível saber que uma pessoa partiu por que morreu, do que saber que ela partiu por que não quer mais fazer parte da sua vida. Pra morte, sabemos, é o fim, é definitivo. Sabemos onde podemos ir pra fazer uma homenagem, uma oração... Agora do contrário, é difícil saber que uma parte de você anda por aí, por que pra mim é isso que ela é, uma parte de mim que eu não consigo viver sem... é uma espécie de vitamina, de ar para os meus pulmões... é a minha melhor amiga... ou era... não sei!


As coisas poderiam ser diferentes, até mesmo na questão do batizado dos nossos filhos. Claro que eu ficaria triste de não batizar o menino, como fiquei e estou, mas entenderia se as mudanças fossem para não causar um mal estar na familia dela. E não que as circunstâncias fossem por que a irmã estava "enchendo o seu saco" para ser madrinha do menino, e isso causou um dilema para ela.

Mas não! Não foi assim... e tem sido muito difícil desde então.

A intenção desse desabafo é apenas para dar a minha versaõ dos fatos e assumir publicamente que o que eu perdi não foi apenas uma amiga. Foi uma irmã, uma perna, um braço, um coração...


E dói demais saber que agora no meu caminho me restam apenas lembranças e nada mais.


Um comentário:

Fabi disse...

Nossa amiga, que texto bonito e triste ao mesmo tempo, eu chorei sabia? Sei que não adianta dizer para não ficar triste, mas tenha fé, que um dia as coisas vão se acertar. Conta comigo tá?! Bj.